
Dona Viola Minha Dama
Viola da Terra, menina
Nas mãos de Hélio Beirão
Cria uma voz divina
Na humana condição
Viola de cinco parcelas
Nas mãos de José Elmiro
Traz a luz das estrelas
Até ao ar que eu respiro
Volta o som das trindades
Júlia, David, José Beirão
Um ciclone de saudades
Sai de dentro do violão
Viola regional Terceirense
Por ela a Terra tem voz
Assim a morte se vence
Nas festas de todos nós
A morte não mata Lira
A Lira fugiu na canção
A sua vida ainda respira
Nas mãos de Hélio Beirão
Entre Angra e Monte Brasil
O cicerone é uma viola
Sai uma música gentil
Que não precisa de escola
Olhos pretos numa esquina
O Sol perguntou à Lua
Por onde foi a menina
Que vinha por esta rua
Está na viola da Terra
Escondida na madeira
O amor em pé de guerra
Perdura uma vida inteira
Sapateia e chamarrita
Chegou no sabor a beijo
Casa dos Açores, visita
Debruçada sobre o Tejo
José do Carmo Francisco, poeta
