A viagem por José do Carmo Francisco

Nova série retratos 92

Em 1956 eu viajava em Santa Catarina no carro de bois do meu tio Joaquim, marido da minha tia Rosa. Em 1966 passei a viajar de eléctrico na cidade de Lisboa onde comecei a trabalhar. Em 1976 tive a estreia a andar de avião numa viagem de finalistas do Instituto Britânico; o destino foi o aeroporto de Luton onde já não estava o lingrinhas de 1949 que incomodou o escritor Ruben A. por causa das ameixas de Elvas mas foi bem substituído por um camafeu que me obrigou a ir ao Imigration Office dizer o óbvio: tinha um emprego desde 1966. Em 1986 passei a ter automóvel próprio que mantive até 2025. Em 1996 conheci os vapores de Veneza; primeiro em trabalho (Bolonha- Sporting – Taça UEFA) e, mais tarde, em turismo. Em 2006 estive na Festa do Livro do Ceará (Fortaleza – Brasil) viajando de avião. Quanto a viagens de Metropolitano andei por Lisboa, Londres, Paris e Madrid. As mesmas cidades para autocarro com a nota acrescentada de Amsterdão e Bruxelas. Quanto aos barcos, além de Veneza e de Paris, andei de ferry boat no Montijo e nos canais de Amsterdão e de Londres. Na minha infância andei muito a pé e de carroça. Nascido em 1951, era raro ver um automóvel na estrada de macadame entre Caldas da Rainha e Alcobaça. Não posso esquecer as viagens de avião como jornalista a Bolonha, Milão, Ponta Delgada e Funchal sempre como enviado especial do Jornal «Sporting». O comboio está presente na minha vida de 1972 a 1975 quando viajei para Caldas da Rainha (onde fiz a recruta) e Évora onde trabalhei no Hospital Militar. Para quem diz que nunca saiu da minha zona de conforto, não deixa de ser insólito este simples enunciado.

José do Carmo Francisco, escritor  

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