Cânticos do Mesmo Sal

lhas, continentes e margens ligados pela palavra portuguesa

Cânticos do Mesmo Sal convidam-vos a juntar a vossa voz a este coro lusófono. Cada poema é uma onda, cada verso um grão de sal — juntos, formamos o oceano da língua portuguesa. Participem e deixem que a vossa palavra una margens, ilhas e continentes.

COMO AVE
Abre-se a manhã como ave na primeira respiração.
Montanha imóvel
beijos e afagos do alto
absorto coração fascinado na contemplação.
Exalam fragrâncias marinhas
uma concha de oiro nobre derrama pérolas doces clarinhas
corpo navegando pelo ar que desalinhas
nessa quietude lisonjeira do amanhecer.
Mastros erguidos, velas peregrinas
emanantes de preces ao céu
mar cristalino espelho teu
marinheiro-aventureiro.
No cais, vislumbra-se a chegada
da viagem no teu sol fulgente fagueiro.

In Momento Lentos de Raquel André Machado

Uma só língua, mil vozes: a poesia que atravessa oceanos e gerações.”

A nossa missão é reunir e difundir a poesia escrita em língua portuguesa, nas suas múltiplas expressões regionais e estilísticas. Queremos criar um espaço onde as vozes de diferentes tempos e lugares se entrelacem, celebrando a riqueza cultural, histórica e afetiva que a língua portuguesa transporta. Teremos clássicos e contemporâneos. Uma mescla de vozes de hoje com vozes de ontem.

Sonhamos com uma comunidade literária sem fronteiras, em que a poesia em português — de Lisboa a Luanda, do Rio de Janeiro a Díli, de Ponta Delgada a Maputo — seja reconhecida como património comum e universal. Desejamos que cada poema seja uma janela aberta para a diversidade e, ao mesmo tempo, para a unidade que a língua proporciona.

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