
A ESCRITA ENTRE CULTURAS:
ALFRED LEWIS, E DEPOIS
Maria Filipa Palma dos Reis
A preocupação que norteia este paper é a que, de há alguns anos a esta parte, se vem apresentando à respectiva autora, como o maior desafio, e mais saudável prospectiva, que se deparam à procura do conhecimento nos modelos ocidentais de ensino superior, à entrada século XXI. Depois de a segunda metade do século XX ter trazido ao ensino e à investigação uma ruptura do cânone curricular tradicional, que foi indispensável, numa certa fase, para possibilitar o acolhimento das culturas minoritárias, de classe socioeconómica, de género, e étnicas, tornadas crescentemente visíveis a partir do pós‑guerra de 39‑45, desembocámos numa pulverização de culturas de grupo, e de “superespecializações”, cada uma delas desenvolvendo‑se aparte das restantes, às vezes de modo autista, com os seus membros e mentores falando principalmente uns para os outros – pregando, de facto, para quem já está convertido. É esta, na realidade, a situação que se vive em muitos centros de women studies, ou de estudos étnicos, por exemplo. Em prol do progresso real da humanidade, urge agora, no dealbar do século XXI, colocar de novo a ênfase na natureza una do conhecimento, compreender que as análises só são produtivas quando seguidas de uma síntese, que tudo coloque em perspectiva; investir, assim, em pontes de diálogo entre os saberes dos vários grupos e das várias especializações; perguntar a cada grupo o que, de melhor, de entre aquilo que é seu, quer trazer para a mesa comum da cultura do Ocidente, a que, virtualmente, todos estamos sentados.
Nesta linha, como investimento na cultura de convergência que me parece urgente construir, pretendo abordar o romance Home Is an Island, de Alfred Lewis, da óptica do diálogo que ele estabelece entre a açorianidade e a americanidade, fazendo com que os valores próprios do seu lugar de origem perfaçam a função de ir ao encontro das necessidades de reconstrução da auto‑imagem americana, no rescaldo da segunda guerra mundial, que é a época em que Home Is an Island é publicado; e, a partir daí, pretendo deixar uma breve referência à contribuição posterior que outros autores de ascendência açoriana estão a dar à renovação da literatura nos Estados Unidos, e ao enriquecimento da cultura, a um tempo mais fragmentária e mais global, do presente.
Alfred Lewis – originalmente, Alfredo Luís – nasceu na Ilha das Flores em 1902 e, como muitos dos seus conterrâneos, emigrou para a Califórnia no início da idade adulta. Desde a sua emigração para a Califórnia, sem conhecimento da língua inglesa, decorreram décadas até que, pelo final dos anos quarenta, começasse a trazer a lume contos e poemas seus, em inglês, em publicações americanas de prestígio. Em 1951, surge Home Is an Island, um primeiro romance, de um autor alheio à mainstream americana, que, surpreendentemente, aparece publicado por uma editora da envergadura da Random House. Segundo Nelson Vieira[i], Home Is an Island estaria votado a grande sucesso, com recensões no New York Times, e uma tradução posterior em Braille. Mas atendo‑nos ao próprio sucesso, no que respeita à casa editora, podemos perguntar‑nos o que terá levado a Random House a acreditar neste romance de experiência de pré‑emigração – além do mais, o primeiro, do seu autor? Que ingredientes de Home Is an Island calavam fundo junto do ethos americano da época, a ponto de justificar o risco financeiro da sua publicação?
Comecemos por tomar em conta o espírito de conformidade dos anos cinquenta, que leva a que, nesta fase, as questões levantadas pela diferença social e cultural ainda sejam, tanto quanto possível, ignoradas: de facto, a própria noção da existência de identidades de grupo só começaria a surgir na sociedade americana a meio desta década, com os trabalhos de Erik Erikson, e ao tempo da publicação de Home Is an Island, a vida nos subúrbios das cidades americanas encorajava associações homogéneas, espírito de pertença, fazendo prevalecer, indiscutivelmente, a cultura da mainstream. Deve notar‑se que, não obstante a leitura possível de Home Is an Island como repositório etnográfico dos costumes e maneiras de estar e de sentir locais, que poderá, ao tempo da sua publicação, ter ido ao encontro das expectativas de leitores de ascendência açoriana, a consonância com o espírito americano de conformidade, na época, surge de forma recorrente ao longo da obra, e, às vezes, surge de forma que se suspeita ter sido deliberada. Cite‑se, a propósito, a passagem em que o narrador se refere ao modo como é sentida a Primeira Guerra Mundial na pequena comunidade da Beira:
The year had been good, the harvest bountiful. But there was little happiness in any house in Beira, the thought of death was ever present. Portugal was now at war with Germany. The United States of America – José saw the might of that country cross the seas daily.[ii]
De facto, a referência ao envolvimento de Portugal, do lado dos Aliados, só pode aqui apontar para a Primeira Guerra Mundial, uma vez que, oficialmente, Portugal se manteve neutro durante a Segunda, além de que só o período de 14‑18 poderia encontrar‑se abrangido nas recordações de infância do protagonista, que é um alter‑ego do autor. É, no entanto, uma referência significativa, sobretudo se nos ativermos ao panegírico final ao poderio dos Estados Unidos, porque, intencionalmente ou não, com facilidade terá contribuído para fomentar um sentimento de empatia num público leitor americano, recém‑acabado de sair da Guerra Mundial de 39‑45, ao tempo em que Home Is an lsland vem a lume. Curiosamente, mesmo referências a costumes locais da Ilha das Flores, como o de usar o sargaço como fertilizante para as terras, parecem não ser, adentro da obra, apenas dirigidas, de modo saudosista, a leitores de ascendência açoriana, que se reconheceriam nelas, mas, pelo contrário, surgem como se estivessem a ser deliberadamente mostradas a um público leitor americano, que ainda não as conhece: de outro modo, como se justificaria o recurso à versão sargazo, que não existe, nem em português, nem em Inglês, e que parece estar lá para criar algum grau de familiaridade com leitores americanos, não falantes de Português, mas que, inevitavelmente, já teriam tido algum contacto com outras línguas latinas de forte implantação em comunidades dos Estados Unidos, como o Italiano e o Espanhol? Diz o Pai, a José: “The sargazo season is here; as soon as the waves go back and the ocean tires a bit, we will walk down and gather our share for the potato patch. Would you like to come?”[iii] Isto, não sem que antes se tenha assegurado de que os seus leitores vão saber o que é sargazo, pelo recurso a esta dissimulada explicação prévia: “The strange smell of rotting seaweed came to their nostrils.”[iv] A vontade de patentear aquilo que é seu, de origem, aos olhos da comunidade americana que o acolheu, criando, assim, conscientemente, uma ponte entre duas culturas, transparece ao longo de todo este romance de Alfred Lewis.
Home Is an Island tem, de facto, pelo menos, dois leitores implícitos típicos em vista: o português‑americano de origem açoriana e o americano mainstream. E o seu autor, mesmo que apenas subconscientemente, sabe que só vale a pena mostrar aquilo que pode ser compreendido por quem lê, aquilo que, de alguma forma, encontra eco no enquadramento conceptual dos seus destinatários, que são de, pelo menos, duas extracções culturais.
O enquadramento conceptual de um público, numa época, é engendrado pela experiência de vida que tem, ou teve, e também pelo envolvimento cultural em que se forma, nomeadamente, pelas leituras que faz. A época em que Home Is an Island foi lido terá coincidido facilmente com um tempo em que o Reverend Norman Vincent Peale influenciava mentalidades, pela América fora, através do best seller The Power of Positive Thinking, veiculando uma crença sem limites no sistema americano e uma visão optimista da religião. A fé nas potencialidades da América está bem presente em Home Is an Island, e o peso da religião, posto que, adentro da narrativa, transporte uma simbologia oposta à da América, é também constante ao longo da obra. A parteira Aunt Maria, ligada ao mistério da génese telúrica da vida, pergunta, uma vez, a José, a quem tinha, anos atrás, ajudado a nascer:
‘Where have you been?’
‘Mass and catechism,’ José replied.
‘Good, good. You will have to know things, sooner or later. The things you don’t see are important, too. Like God. You listen good.[v]
Na pequena comunidade da Beira, que vive desperta para os valores espirituais, e sob um peso extremo de religiosidade, os sonhos parecem, contudo, colocados nos valores visíveis e materiais da América:
Have you ever heard of electricity, of the automobile, of wide paved roads flung across thousands of kilometers? Of a land where the very poor may have sugar in their coffee, and eat white bread everyday?… Gold, gold – America is full of it![vi]
- diz José a Aunt Maria. No entanto, a sua primeira visão da América, enquanto criança muito nova, tinha sido outra:
. . . his father spoke of that fabulous country called America. In those days America was only a name – a very pleasant one, to be sure. It meant that perhaps, on the other side of the sea, there existed a land where all little boys had lots of candy to eat, where coffee and sugar were always plentiful.[vii]
Assim, a América que para o José adolescente é ouro, para o José criança era candy. O que quer dizer que, por muito que seja equacionada com a aquisição de bens materiais, a América é, de facto, nesta comunidade, a projecção dos sonhos de cada um. É alguma coisa para ser procurada por poetas. O pai de José, como muitos, voltara pobre, mas a demanda da América bastava‑se a si mesma, como a demanda do Graal: era a procura que contava. A grande revelação, que décadas mais tarde irá ser magistralmente reencenada por outra autora de ascendência açoriana, Katherine Vaz, é que, na vida, a dimensão sensual, material, não tem de se opor ao espírito, como acontece na cosmovisão católica. Como, a certo passo, diz o pai de José:
‘It is well, son. To dream and, yes, to be hungry. The body must crave food in order to grow. Your mind – dreams are the food of the mind, are they not?’[viii]
A América representa um paraíso ao alcance da fruição, ainda que distante; um paraíso diferente do Paraíso católico, almejado pela mãe de José:
Meanwhile his mother spoke ardently of Heaven, where also all things were possible – sugar and coffee mere trifles.[ix] . . . You must always learn to do without the very things you want – to resist temptation – in order that you may enter the kingdom of God.[x]
É esta retórica da renúncia que José acaba por recusar ao escolher, não, ser Padre e ficar na Ilha, como a mãe desejava, mas aventurar‑se a ir para a América, de acordo com o desejo meio explícito do pai, na busca de construir para si uma versão mais palpável de paraíso. De facto, a ideia da continuidade entre bem espiritual e sucesso material tem sido permanente, na sociedade americana, remontando mesmo à época da colonização. De acordo com Maria Laura Bettencourt Pires, na visão puritana, “A prosperidade económica não era uma causa mas sim um resultado da piedade”[xi] e “A prosperidade que [os colonos puritanos] atingissem serviria para persuadir os seus inimigos de que o modo de ‘governar’ puritano era bom”[xii]. Por sua vez, George Brown Tindall, na sua amplamente conhecida obra de referência America: A Narrative History, resume assim a postura do início dos anos cinquenta sobre a relação entre bem espiritual e bem material:
Americans have always struggled to accumulate goods and cultivate goodness. During the post‑war era the nation tried to do both, and for a while, at least, it appeared to succeed.[xiii]
A consonância entre esta atitude e a que preside à partida de José para a América, materializada nos conselhos do pai, é óbvia; também nestes conselhos se misturam as preocupações materiais com as espirituais: “. . . learn the language. When you do, you may be able to find a position in a store . . . you’ll soon earn some money”[xiv]; e, por outro lado: “your manners are very important. Be polite and just. Do not do anything shameful. Remember that.”[xv] A mãe adverte‑o, igualmente: “. . .you must remember your faith. Yes, your God and Our Holy Mother Church.”[xvi]
Mas a relação de continuidade entre Home Is an Island e o ethos americano é mais extensiva. Por um lado, remete para aspectos que caracterizaram a época da publicação do romance, na América. A família do protagonista José demarca‑se do ambiente da Ilha em que vive pelo forte investimento na educação, que faz com que José saia da sua terra já com a vontade de se tornar escritor. Coincidentemente, por efeito da G.I. Bill, ou Servicemen’s Reajustment Act of 1944, que levou a um investimento massivo em educação para soldados desmobilizados depois da guerra, no ano de 1950, ano que precedeu o da publicação do romance de Alfred Lewis, o número de pessoas a formar‑se em Universidades dos Estados Unidos tinha triplicado, passando a orçar, anualmente, pelas 480 000. O tema da educação, enquanto valor, e enquanto via de ascensão social e económica, encontraria facilmente boa recepção em leitores americanos, assim como acontece dentro da própria obra, em que os pensamentos de José, prestes a almoçar em casa do professor Silva, são suficientemente significativos: “From the kitchen came a wonderful fragrance of cooking things . . . As he waited, he began to wonder why he should not go on studying, working hard, and some day afford a fine lunch like this at any time.”[xvii]
Por outro lado, essa relação de continuidade remete também, de uma forma mais intemporal, para aspectos primordiais do ethos americano. São recorrentes, em Home Is an Island, as referências a um modo de viver simples e solidário, em que a sobrevivência da comunidade passa pela entreajuda, sem alardes, de todos os seus membros, tal como tinha acontecido na América, durante a primeira época de colonização, durante a conquista da Fronteira do Oeste, de facto, em várias fases ao longo da História. Anote‑se o caso emblemático da feitura do berço de José, que facilmente traz à memória os exemplos educativos de solidariedade nas narrativas de Laura Ingels Wilder, e que os pais do protagonista recordam assim: “The log was brought to our patio in a few days. Everyone came to help . . . They sawed, nailed, polished . . . Many hands and a tree. That’s how your crib was made.”[xviii] A mesma atitude de solidariedade recorre na construção de um quarto para José, já mais velho, assunto a propósito do qual se comenta sobre os hábitos da Beira:
Anyone could start a new project in the simplest way, by saying a word at the proper time and place, a very indirect reference, just enough to fire the co‑operative spirit of the people. Gain, of course, was never a directing force. Escudos did not matter so much.[xix]
Ao mesmo tempo que se vivifica um público americano, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, dirigindo‑lhe a atenção, por associação de ideias, para momentos de solidariedade na sua própria História, como povo, pode vislumbrar‑se aqui um começo de crítica ao seu modo de estar, tendencialmente mais materialista, e uma afirmação de um valor acrescentado na cultura portuguesa, que se traduz na suavidade do trato interpessoal e no respeito pelas sensibilidades individuais. Brevemente a crítica às fraquezas e hipocrisia que se escondiam atrás da retórica triunfalista dos anos cinquenta, na América, haveria de surgir na literatura, veiculada por escritores como James Baldwin, Saul Bellow, Norman Mailer, J.D. Salinger, e muitos outros. O que Alfred Lewis faz, à entrada da década, com Home Is an Island, é encetar e manter um diálogo constante entre a sua cultura de origem e a cultura do país que o acolheu, recordando ao seu país de acolhimento, numa época de pós‑guerra, em que este precisa restruturar a sua própria identidade, alguns dos valores humanos tradicionais que o construíram, no passado. Certamente os editores da Random House, que aceitaram o livro para publicação, terão sentido isto mesmo.
E depois de Alfred Lewis? Que mais‑valia poderá a cultura portuguesa, em geral, e a açoriana, em particular, ainda trazer à literatura americana? No panorama actual demarcam‑se nomes como Frank X. Gaspar e Katherine Vaz.
Frank X. Gaspar publica, em 1999, A Field Guide to the Heavens, e, referindo‑se à (auto)‑destruição que grassa entre os amigos, diz, em “What Good Are the Stars”:
I am sorry for my years of silence, my old sweet partner, my companion evil one, but I was breathless then myself for my own trials,[xx]
Assim, parece denunciar a desolada solidão urbana, a quebra geral da comunicação no apogeu da pós‑modernidade, enquanto o pedido de desculpa expresso indicia o limiar de um tempo novo, em que os seres humanos reconstruam em si mesmos a perdida capacidade de emitir juízos de valor. O próprio título A Field Guide to the Heavens aponta para uma intenção libertadora, subjacente a toda a obra; remete para a ideia da existência de uma perfeição final, apesar dos temporários cataclismos cósmicos.
Do romance de Katherine Vaz, Saudade, publicado em 1994, e, tomando como marco de referência Home Is an Island, dizem Adelaide Batista e Vamberto Freitas:
After all these years, Katherine Vaz, a second-generation Portuguese‑American, finally published . . . what can be considered to be the second major novel dealing with the same themes, only this time from an ethnic rather than an immigrant perspective.[xxi]
Katherine Vaz, que tem também o seu primeiro romance publicado por uma das principais editoras americanas, a St Martin’s Press, escreve em tempos menos ingénuos, em que a transparência da relação entre texto e experiência de vida que encontramos em Home Is an Island, há muito se perdeu, a favor de um entendimento mais sofisticado do texto literário, enquanto artefacto enformado pela própria linguagem que o constrói, mantendo a sua relação de primazia com outros textos, e não com a experiência. Como diz Vamberto Freitas em Mar Cavado: “Com efeito, Saudade é um romance de profundas intertextualidades com a cultura e literaturas do seu próprio país. . . “[xxii] e, conforme também observa, com referência ao mesmo romance: “As linguagens de cada um são, na ausência de referenciais num mundo pós‑moderno, as comunidades possíveis”[xxiii].
De facto, a experiência da transculturalidade, contribuiu para a desagregação da consciência que é típica do período pós‑moderno, e um dos primeiros efeitos que tem, em quem, como Katherine Vaz, escreve entre duas culturas, é chamar‑lhe a atenção para a arbitrariedade de todos os códigos. É significativo que Clara, a protagonista de Saudade, nasça muda, e vá, sucessivamente, reinventando a sua relação com o mundo, através de novas linguagens, com novas regras e convenções, em que as sequências de dígitos dos números de telefone são substituídas por sequências cromáticas e as sequências de palavras são substituídas por sequências de notas musicais. Mas para além da incerteza, solidão, e consciência de que todos os códigos ficam aquém da mensagem, revelando‑se contingentes e falíveis nos momentos de crise, persiste ao longo de Saudade a procura do código que mais poderosamente exprima a vida interior das personagens. Em consonância com a passagem citada, de Frank X. Gaspar, diz‑se, a certo ponto, em Saudade, que: “Sometimes it was beyond endurance, the separateness of everyone’s life.”[xxiv] Perdida que foi, por efeito da complexidade pós‑moderna, a inocência que vem do sentimento de pertença individual a um lugar e um tempo, salva‑se, para além da contingência dos lugares, tempos e códigos, a linguagem do açúcar, a primeira linguagem acessível a Clara, em Saudade e, mais tarde, a única linguagem com que consegue comunicar, ao regressar à sua ilha natal. De acordo com Adelaide Batista e Vamberto Freitas: “Sugar (symbolizing intimacy, love, friendship) sets up the central image of the novel and functions as a unifying element of the narrative”[xxv]. Será esta forma recorrente de dialogar com o mundo uma marca de unificação com que a diferença portuguesa, e açoriana, vai contribuir, no sentido de recuperar a literatura americana da aridez pós‑moderna? Fica a pergunta.
[i] Nelson H. Vieira, “Alfred Lewis’s Home Is an Island: Implications of an Invented Style”, in Gávea‑Brown: A Bilingual Journal of Portuguese‑American Letters and Studies / Revista Bilingue de Letras e Estudos Luso‑Americanos, Vol. I, NºI, Jan‑June, 1980, pp 18‑25, p. 19.
[ii] Alfred Lewis, Home Is an Island, New York, Random House, 1951, p. 270.
[iii] Idem, p. 57.
[iv] Ibidem.
[v] Home Is an Island, p. 101.
[vi] Idem, p. 9.
[vii] Idem, p. 7.
[viii] Idem, p. 24.
[ix] Idem, p. 18.
[x] Ibidem.
[xi] Maria Laura Bettencourt Pires, Sociedade e Cultura Norte‑Americanas, Lisboa, Universidade Aberta, 1996, p. 94
[xii] Ibidem.
[xiii] George Brown Tindall e David Emory Shi, America: a Narrative History: Brief Fourth Edition, New York, W. W. Norton & Comp., 1997 [1984], p. 982.
[xiv] Home Is an Island, p. 300.
[xv] Ibidem.
[xvi] Home Is an Island, p.195.
[xvii] Idem, p. 195.
[xviii] Idem, p. 17.
[xix] Idem, pp 30‑31.
[xx] Frank X. Gaspar, A Field Guide to the Heavens, Madison, The University of Wisconsin Press, p. 47.
[xxi] Adelaide Batista e Vamberto Freitas, “Saudade: Language as Survival”, in Arquipélago: Línguas e Literaturas, XV, 1998, pp 121‑132, p.122.
[xxii]Vamberto Freitas, “Saudade de Katherine Vaz: Arte e Memória”, in Mar Cavado: Da Literatura Açoreana e de Outras Narrativas, Lisboa, Salamandra, p.32.
[xxiii] Ibidem.
[xxiv] Katherine Vaz, Saudade, New York, St. Martin’s Press, 1994, p.193.
[xxv] “Saudade: Language as Survival”, pp 127‑128.
Enasio incluído no livro Alfred Lewis, Escritor de Emoções (DRC, 2002)
Agradecemos à Luso-American Education Foundation o apoio prestado a este projeto.
