João S. martins – uma vez da universalidade na poesia luso-americana

Não é fácil falar-se sobre os talentos de João S. Martins, quer na poesia, quer na pintura, quer na prosa, quer na escultura. Aqui, concentraremos na poesia e num livro que publicou há 23 anos, Exercício de Pintura.

João S. Martins, radicado há várias décadas em New Jersey ,escreve com uma universalidade que transcende as fronteiras, com poesia e prosa que ressoa muito para além da diáspora portuguesa. A sua poesia mergulha na condição humana, abordando temas como o amor, a perda, a identidade e a pertença de formas que falam ao âmago da experiência humana. Os versos de João Martins exploram frequentemente a natureza da saudade e a procura de significado, tocando em questões existenciais que ressoam nos leitores independentemente da sua origem ou nacionalidade. O seu trabalho fala à alma humana, tecendo temas de resiliência e esperança em paisagens poéticas que encorajam os leitores a contemplar a sua própria vida interior,ou o que a Asela Rodríguez de Laguna escreve num dos textos introdutórios: “Os poemas são uma forma de apropriar-se das paisagens, as íntimas e as exteriores, por vezes, caracterizam-se por pormenores descritivos e, em outras, por sonhos insinuantes.”
A poesia de João S. Martins traz uma profundidade de visão e sensibilidade aos momentos quotidianos, captando as subtilezas da emoção humana com uma clareza notável. Através de uma poesia limpa e escorreita, João S. Martins capta os momentos fugazes, mas duradouros que definem as relações humanas e o crescimento pessoal. A qualidade intemporal da sua escrita permitiu-lhe estabelecer ligações com leitores de todas as latitudes. A sua poesia, embora inspirada na sua herança cultural, tem uma universalidade que transcende o lugar e o tempo.
Neste livro de João S. Martins, a procura de pertença torna-se menos sobre geografia e mais sobre encontrar o lugar de cada um dentro de si próprio. é uma poesia que desafia os leitores a olharem para além da superfície das suas próprias vidas, incitando à introspeção e a uma reavaliação do que significa pertencer – não a uma nação ou a uma cultura, mas à experiência humana partilhada. O seu trabalho poético, neste magnífico livro, e em vários outros, é um testemunho do poder da poesia para unir pessoas de todas as origens, oferecendo um espaço onde as diferenças se desvanecem e o importante centra-se na viagem partilhada da humanidade.


