Jornalismo e Cidadania: Dos Açores à Califórnia
Vamberto Freitas – Edições Salamandra, 2002


Este livro de Vamberto Freitas, publicado há mais de duas décadas é um documento precioso para se analisar o jornalismo e a crise que afeta os nossos órgãos da comunicação social, particularmente os privados, nos Açores e na Califórnia. Dessa crise, que não é assim tão nova já escrevia Vamberto Freitas na viragem do século XX para o século XXI.
Nos Açores estava-se a terminar um ciclo que foi marcante para a região, a publicação de páginas e suplementos literários. Apesar de Vamberto Freitas ter mantido e ainda bem, os seus ensaios literários no jornal Açoriano Oriental, vários jornais dos Açores, optaram por terminar com os seus suplementos literários, uma tradição importante que tinha dado vida à escrita criativa nas ilhas açorianas. Perder os suplementos literários foi um retrocesso para os Açores. É que tinham leitores e despertavam na população a importância para a criação literária e as artes em geral.

No mundo da comunicação social na califórnia, do qual Vamberto fez parte durante muitos anos, não só quando aqui viveu, mas mesmo depois de regressar aos Açores, sendo um dos colaboradores mais consistentes da desaparecido Maré Cheia, este livro contém vários textos brilhantes, que, ainda hoje são muito relevantes, destacando-se, particularmente, uma carta a João Brum, que foi o pioneiro e até mesmo o mártir de um novo jornalismo que infelizmente teve pouca duração neste estado.
Aqui fica a sugestão para lerem este pequeno/grande livro com 125 páginas de textos que ainda hoje, duas décadas mais tarde, têm enorme importância e deveriam ser utilizados nos debates e nos fóruns que infelizmente não temos.
Diniz Borges

